domingo, 27 de dezembro de 2009

Boas Festas!


A todos os visitantes deste blog, aos amigos que conheço pessoalmente e aos que ganhei na blogosfera, os meus votos de Boas Festas! Saúde, amor, alegria e boas energias é o que desejo a todos para 2010!

Prometo voltar em breve para escrever mais alguma coisa e responder aos comentários que me deixaram. Não esqueci este cantinho, nem os cantinhos que visito com regularidade.

A todos um excelente 2010! E, já agora, que o mundo dê um passo para se tornar melhor!

Beijos e abraços calorosos!

Imagem in http://profadeniseinfo.blogspot.com/2008_12_01_archive.html

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por falar em sorrisos...

Ocorreu-me há pouco, ao visitar a "Floresta das Leituras", uma frase de que gosto particularmente. Sou dos que pensam que a vida deve ser vivida com um sorriso e que, por isso, nos sorrirá de volta e há uma frase que espelha isso mesmo, que o meu irmão tinha num poster no seu quarto quando era pequeno:

"Sorri, sorri sempre, ainda que o teu sorriso seja triste, porque mais triste que o teu sorriso, é a tristeza de não saber sorrir."

Não sei quem é o autor, mas gosto muito desta frase, é uma espécie de lema de vida.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Nascidos no lado errado do mundo...


Vi hoje à noite uma reportagem na TVI que julgo ter sido transmitida pela primeira vez no ano passado - "Filhos do Coração" de Alexandra Borges -, para quem não saiba, o tema central são as crianças escravas do Gana, no Lago Volta. A Fundação Luís Figo colaborou na campanha de resgate de 10 crianças escravas, todas elas escravizadas desde muito pequeninas (4 ou 5 anos), por pescadores da zona, todas doentes à data do resgate. Uma resposta que me impressionou foi a de um dos meninos resgatados que, quando questionado sobre se tinha alguém que se preocupasse com ele, respondeu sem hesitar "Deus"...
Lembrei-me de uma outra reportagem que vi há umas semanas, da Cândida Pinto, já não sei em que canal, sobre as crianças orfãs em Moçambique, que vivem sozinhas porque os pais morreram infectados pelo HIV. Irmãos que vivem sozinhos, quase sem recursos, mas que andam quilómetros para irem à escola, de estômago vazio e em que os mais velhos cuidam dos mais novos. Comem o que conseguem recolher da natureza, têm saudades dos pais, fazem brinquedos com arames e latas velhas e sonham com... uma bola! (tão simples quanto isso!!) Quando um dos irmãos mais velhos foi questionado pela jornalista sobre o que lhes fazia falta, ele hesitou, mas respondeu "Nada."...

Perante isto, dei comigo a pensar que, neste país europeu à beira mar plantado, embora também havendo miséria, somos de certa forma privilegiados, nascemos do lado certo do mundo, as nossas crianças têm mais direito a ser crianças do que as que nasceram no lado errado do mundo…

Porque essas não têm os Direitos consagrados na Declaração dos Direitos da Criança, proclamada em 1959 pela ONU – onde estão os direitos à liberdade, dignidade, alimentação, habitação, assistência médica, protecção e socorro para estes meninos e meninas???? Já para não falar do direito a… brincar?! Tão simples como uma bola!!!

E assim se nasce do lado errado do mundo… Afinal, nem todos nascemos “livres e iguais”…

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ser professor...

Não resisto a transcrever aqui um poema, de autor desconhecido (ao que parece) que encontrei por acaso na web e com o qual me identifico como professora (descobri-o em http://www.cf-francisco-holanda.rcts.pt/public/elo6/elo6_15.htm).

SER PROFESSOR

Ser professor é ser artista,

malabarista,

pintor, escultor, doutor,

musicólogo, psicólogo...

É ser mãe, pai, irmã e avó,

é ser palhaço, estilhaço,

É ser ciência, paciência...

É ser informação,

é ser acção.

É ser bússola, é ser farol.

É ser luz, é ser sol.

Incompreendido?... Muito.

Defendido? Nunca.

O seu filho passou?...

Claro, é um génio.

Não passou?

O professor não ensinou.

Ser professor...

É um vício ou vocação?

É outra coisa...

É ter nas mãos o mundo de

AMANHÃ

AMANHÃ

os alunos vão-se...

e ele, o mestre, de mãos vazias,

fica com o coração partido.

Recebe novas turmas,

novos olhinhos ávidos de

Cultura

e ele, o professor,

vai despejando

com toda a ternura,

o saber, a Orientação

nas cabecinhas novas que

amanhã

luzirão no firmamento da

Pátria.

Fica a saudade...

a Amizade.

O pagamento real?

Só na eternidade.


Apresento-o como espécie de tributo a alguns professores que tive e hoje me servem de referência e aos meus colegas que, todos os dias, não desistem de ser como são... apesar de tudo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Blogagem colectiva - Professores do Brasil... de Portugal, neste caso


Ser professor, em Portugal, no Brasil, na Austrália, na Espanha, terá decerto vantagens e desvantagens, conforme as especificidades de cada país, mas tem em comum o facto de exigir disponibilidade intelectual e emocional para nos envolvermos nesta profissão.

Eu sou professora por vocação. Foi a profissão que escolhi em consciência e que os próprios testes vocacionais indicavam, portanto faço aquilo para que nasci e tenho muito orgulho nisso. No entanto, de fácil esta profissão tem muito pouco.

Imagine-se o que é todos os dias ter que lidar, neste caso, com adolescentes, com a inconstância, rebeldia e energia próprias da idade. Não podermos dar-nos ao luxo de estarmos muito mal dispostos ou não nos apetecer trabalhar, porque temos na frente vinte e tal, trinta e tal adolescentes que, mesmo bem intencionados, não resistem a discutir connosco o "poder" na sala de aula. Outras vezes temos que ter a capacidade emocional de aguentar as tragédias das vidas dos nossos alunos (e cada vez há mais!). Somos professores, pais, mães, padrastos, madrastas, irmãos, irmãs, psicólogos, assistentes sociais e até enfermeiros, conforme as circunstâncias e, tantas vezes, somos tudo isso num só dia. Além disso, somos homens e mulheres com as suas próprias vidas, grande parte com filhos, com família, com problemas, como todos os outros mortais. E mais, o nosso trabalho não fica na escola, ao fim de um dia de trabalho, e não falo só de testes, fichas, textos e trabalhos que nos acompanham em pastas carregadas, falo sobretudo da carga emocional que connosco trazemos, que, não raras vezes, não nos deixa dormir.

A minha profissão, a profissão de professor, tem toda esta carga, mas é também compensadora, quando a exercemos com gosto e vemos os "nossos meninos" crescerem, voarem, seguirem a sua vida e voltarem para nos dizerem que venceram!

Entre tantos e tantos exemplos estou a lembrar-me da Cláudia, da minha Direcção de Turma de há alguns anos, de um Curso de Hotelaria, que nós, os professores, tantas vezes duvidámos que concluísse o Curso devido às grandes dificuldades de aprendizagem que tinha e limitações a nível cultural - o mundo dela circunscrevia-se à região onde se situava a aldeia e depois a Escola. Ainda me lembro dos seus olhos brilhantes a mirar o Rio Tejo quando fomos numa visita a Lisboa, ela que vivia numa aldeia a cerca de 70 km de Lisboa só tinha ido à capital duas vezes com a escola, em anos anteriores, e nunca tinha visto o Tejo. Pois a Cláudia lutou, trabalhou muito, mas muito mesmo, a pouco e pouco foi conseguindo e, com imenso esforço, terminou o Curso. Foi uma vitória! Começou a trabalhar num café, a fazer muitas horas e ganhar muito pouco, mas sempre com um esplendoroso sorriso. O tempo passou, os anos, alguns (talvez uns 4 ou 5) e eis que me liga uma amiga e me diz que foi ao café onde a Cláudia trabalhava e lá estava ela com um imenso sorriso - é actualmente dona do café e tem feito já vários cursos de formação (Higiene e Segurança no Trabalho, Inglês e Comunicação). Fiquei FELIZ, orgulhosa! A minha menina venceu! Um destes dias vou ao seu café dar-lhe os parabéns e um grande beijo!

Não resisto a falar ainda de mais um dos "meus meninos" - o João. Quando o João entrou na "minha" Escola, era uma rapaz simpático, terno e com muitas dificuldades de expressão escrita. Foi sempre simpático e terno, amigo do seu amigo, disponível, sempre pronto a ajudar os outros (ou não fosse ele escuteiro), excelente profissional nos Estágios e com um coração de manteiga. Com dificuldades mais específicas, o João foi progredindo e chegou ao fim do seu Curso. Depois, com todo o mérito e muito esforço, entrou na Faculdade. Foi para longe de casa e da nossa escola e às vezes, na internet, lá o encontro, ao princípio, com muitas saudades do colinho e do mimo daquela família que é a nossa escola. Vem-nos visitar frequentemente e é sempre recebido com sorrisos sinceros como o dele. Neste momento, está em Espanha ao abrigo do programa Erasmus. Mais uma vez está-lhe a custar, mas, tenho a certeza, mais uma vez sairá vencedor. Tem ainda muito que crescer e vencer, mas eu tenho já muito orgulho nele e acredito que chegará onde quiser.

Estes são apenas dois exemplos por que considero que vale a pena ser professor. Apesar do desrespeito dos governantes, da incompreensão de alguns pais, do quase desprezo da sociedade, são os meus alunos que me fazem continuar a acreditar no que faço.

Sou professora por vocação e de coração!




PS - peço desculpa ao promotor desta blogagem Valdeir Almeida do blog "Ponderantes", pelo atraso na "postagem", mas isto de ser professor dá mesmo muito trabalhinho :)

domingo, 11 de outubro de 2009

Apelo literário - Take II


Porque os visitantes deste blog não são necessariamente os mesmos do meu blog de leituras, decidi repetir aqui o post, porque toda a ajuda é bem-vinda!


Aproveitando o facto de, pelos vistos, ter uns quantos visitantes, venho fazer aqui um apelo literário. Então cá vai...
Sou professora de Português numa escola profissional e, no âmbito da disciplina de Português, temos tido uma luta para conseguirmos pôr os nossos "meninos" (adolescentes do 10º ao 12º ano) a ler. A pouco e pouco vamos conquistando alguns, mas queremos conquistar muitos mais,. No entanto, entre outros problemas, temos um que por vezes é um grande obstáculo - falta de "livros de ler" (como eles dizem) no nosso Centro de Recursos.
Todos os anos temos uma pequena verba para adquirir mais alguns, mas manifestamente insuficiente para que seja possível haver quantidade e variedade de livros para que os nossos alunos tenham opção de escolha. Acresce a dificuldade de grande parte deles virem de famílias com outras prioridades por razões económicas e outros por carência cultural.
Assim, vamos emprestando os nossos próprios livros, conseguindo que um ou outro vá comprando um, mas a oferta continua a ser reduzida. Foi então que me lembrei de escrever a editores e livreiros a expor a situação, solicitando que nos doem livros com defeito de capa (que não podem ser vendidos). Neste sentido, gostaria de saber se alguém que aqui passe tem mais ideias ou se poderá fornecer-me algum contacto mais directo de entre editores e livreiros para que consigamos realmente enriquecer o nosso Centro de Recursos e conquistar mais leitores. O potencial eu tenho à minha frente, o pior é que o entusiasmo esfria quando a oferta é reduzida.

Há por aí ideias, sugestões, conselhos??? Se há, deixem-mos aqui sff.

Obrigada e boas leituras!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Amigos... família que escolhemos

Uma amiga querida deu-me há anos um marcador de livros que diz "Uma amiga é uma irmã escolhida por nós" e é, de facto, verdade. Os amigos, os verdadeiros, são fundamentais na nossa vida e são escolhidos por nós... ou então escolhem-nos.
Eu tenho amigos de diversas idades. Os mais velhos, amigos dos meus pais, são mesmo "tios" que me adoptaram e a quem eu adoptei, são família! Os da minha idade ou idades próximas são irmãos mais velhos ou mais novos com quem tenho cumplicidades, momentos divertidos e outros de preocupação conjunta. Os mais novos, os pequenotes, são meus "sobrinhos" que gosto de acarinhar e com os quais gosto de brincar (ou com quem tenho que ralhar em casos mais raros). É uma grande família. Nem todos se conhecem, mas são parte essencial do meu mundo. Este ano, no conjunto dos dias 5 e 11 de Setembro, estive com esta família querida (e com a parte imprescindível da minha querida família... a biológica, neste caso:) , sim porque esses são um pilar da minha vida) e vivi momentos muito felizes!


No meio de manas e manos, sobrinhos e sobrinhas, no dia 5, passámos momentos divertidos, animados, tranquilos, com direito até a um jogo da selecção nacional, com uma plateia activa e energética que, no entanto, não contagiou os nossos jogadores.


Na noite de dia 11, estive com manas e manos, tios e tias e foi uma noite divertida, agradável, com brincadeira e conversas calorosas, um serão muito bem passado.
Faltaram pessoas importantes nesses dois dias, uns não puderam estar por impedimentos da vida, outros porque já cá não estão, mas pensei neles e foi como se também lá tivessem estado.
Esta é apenas uma mini-homenagem a esta família querida que escolhi e que me escolheu e que dá cor à minha vida.


Obrigada a todos, meus amigos, por fazerem parte da minha vida!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mais um ano!


Mais um ano e 36 já cá cantam! :) Não é que fazer anos tenha que ser uma festa só porque se instituiu que os aniversários são para celebrar, mas, quanto a mim, é motivo para celebrar a vida, o estarmos vivos e, de preferência, com saúde!
Pois é, hoje chego aos 36 anos, mas parece que ainda ontem tinha vinte e poucos. Como o tempo corre!... Já não tem a magia da minha infância, da prenda surpresa, da festa com os amiguinhos, os bolos, as brincadeiras... a minha avó... mas, mesmo assim, é bom fazer anos. É um dia especial, um dia que é um bocadinho mais nosso. Este dia tem a particularidade de ser célebre por razões negativas, mas, para mim, e para todos quantos tenham nascido neste dia, ou venham a nascer, é afinal o nosso dia especial.
Há 36 anos, cheguei à vida no dia do golpe de estado no Chile, 28 anos depois foram os atentados de Nova Iorque... mas, além disso, faz anos que recebi flores pela primeira vez (quase há 20 anos!!) e foi o meu irmão que mas deu, faz 18 anos que fiz 18 anos e fiquei felicíssima, porque já podia votar (dever que cumpro "religiosamente" a cada escrutínio)!... Curioso, estou aqui a pensar nas prendas que devo ter recebido ao longo dos anos e, além das flores que referi, ocorre-me que, em todos os aniversários, tenho recebido livros e são, de facto, das prendas que mais aprecio. Ah, e este é o primeiro dos meus aniversários em que sou tia, em que um convidado especial estará presente, o meu sobrinho liindo!!!
E pronto, como, além de ler, adoro escrever, aqui ficam apenas algumas palavras ao vento que tive vontade de partilhar com quem as quiser ler.
Acima de tudo, VIVA LA VIDA!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Setembro...

Agosto disse adeus, terminaram as férias e eis que chega Setembro... Setembro das vindimas, do regresso ao trabalho, do regresso às aulas, um recomeço a cada ano, como se uma vida nova se iniciasse e com ela a esperança e os sonhos. Uma espécie de "ano novo, vida nova"!
É assim que vejo Setembro, um mês em que o Verão se despede, ainda com os seus raios de sol luminosos, e o Outono se aproxima, pé ante pé. Vejo-o e sinto-o, como se despertasse os sentidos, o aroma das uvas e dos últimos dias de Verão, a luz que começa, lentamente, a diminuir no fim do dia, sem ser ainda deprimente, o som das vozes dos alunos que regressam à sua segunda casa e têm muita conversa para pôr em dia, as cores mais douradas e outonais da natureza, mas ainda claras...
Se não fosse a minha profissão, era em Setembro que tirava férias, altura em que o Algarve é mais praticável e cómodo, as praias mais sossegadas, o calor mais suportável. Mas como não pode ser, é o mês do recomeço, como dizia. Mais uma vez vou ter alunos novos, nova Direcção de Turma, um novo recomeçar...
Ah e é também o mês do meu aniversário! Quando era aluna, fazia anos sempre nas férias, agora faço anos já a trabalhar.
Estamos então em Setembro (até o som da palavra me agrada, vejam bem!) e a vida está aí, outra vez, com horários e compromissos, mas também com o reatar de rotinas e relações que dão cor à vida.
Bem-vindos a Setembro! Ah e bom ano para os alunos e para aqueles que fazem da educação parte importante da sua vida!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Praia de Sophia...

Com as férias mesmo à "beirinha" de terminar, encontrei este poema ao folhear um dos meus quase ancestrais cadernos da Faculdade, onde tinha por hábito preencher espaços vazios com poemas ou frases de que gostasse particularmente. Aqui fica "Praia" de Sophia de Mello Breyner. Acho-o lindo!

Praia

Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios

As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços

A praia é longa e lisa sob o vento
Saturada de espaços e maresia

E para trás de mim fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.

domingo, 16 de agosto de 2009

Viagem às Berlengas... nunca digas nunca!

Pois é, ora aí está uma situação inesperada. Eu sempre disse que nunca iria às Berlengas até que houvesse um helicóptero que me levasse lá, isto porque tenho uma certa fobia a barcos, acho que nasci sem barbatanas por alguma razão (embora tenha nascido sem asas e adore andar de avião!).
Eis senão quando me deu uma súbita vontade de aceitar o desafio de uma amiga de coração, que já me tinha desafiado imensas vezes, mas eu nunca tinha aceite. E assim, sem pensar muito no assunto, e num acto de coragem inesperado, lá dei por mim a caminho das Berlengas, numa pequena traineira com um grupo de amigos. Lá ia eu no "Senhor dos Mares".

Tudo muito bem, até sairmos da protecção da costa. Quando os mares se cruzam, eis que começa a agitação e, com a ajuda do vento, quase parecia a montanha russa, ou pelo menos foi o que o meu estômago achou. Já havia duas meninas a oferecer o conteúdo dos seus estômagos ao vento e ao mar, mas o meu estômago decidiu solidarizar-se e, pronto, o que eu temia aconteceu. Mais meia hora de caminho e lá aportámos às famosas Berlengas (mais concretamente à Berlenga Grande, já que Berlengas é um arquipélago).


Uma minúscula, mas bonita praia apareceu como um pequeno oásis. No entanto, os oásis costumam ter água quentinha, esta era bem geladinha, mas soube muito bem, é límpida e curiosamente pouco salgada.
Depois, com uma boleia de uma pequena lancha, voltámos a bordo para uma sardinhada comunitária. As sardinhas estavam magníficas, mas preferi conter-me, pois não sabia como o meu querido estômago se iria portar no regresso. Após o almoço, demos uma volta de lancha, com fundo de vidro (que dava direito a ver o magnífico fundo do mar).
Do mar, vimos a cabeça de elefante...

... o Forte de São João Baptista...

...outros lindos pormenores...


... passámos dentro de uma gruta, entrámos e saímos de outra e acabámos de novo no "Senhor dos Mares". Ao largo, esperava o "Cabo Avelar Pessoa" pelos viajantes que haviam decidido passar o dia na Berlenga...

E chegou a hora do regresso. Diziam-me que a viagem de regresso era mais fácil e, de facto, para mim foi, mas as minhas duas amigas que haviam enjoado na viagem de ida, voltaram a enjoar na volta. Enfim, como dizia, por alguma razão nascemos sem barbatanas. O barco ia cortando os mares, agora com o vento a favor, e as Berlengas iam ficando para trás...

... e o Cabo Carvoeiro, o magnífico Cabo Carvoeiro ia-se aproximando...

...um pouco depois, com o mar significativamente mais calmo, era possível avistar o Forte de Peniche...

...um bocadinho mais e chegámos a terra firme. A aventura acabou e com ela um dia diferente e especial, apesar dos enjôos.
Quando me deitei, a minha cabeça pensou, por momentos, que ainda estava no barco e ficou um bocadinho tonta, mas, depois, lá voltou ao normal e pude descansar de um dia de emoções. No entanto, antes de adormecer, ainda me ocorreu a frase "nunca digas nunca"...

Ah, e a ti, minha amiga, OBRIGADA, valeu a pena!... mas, para voltar, vai demorar um bocadinho! :)


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O mar... sempre...


Junto ao mar, imenso... o vento traz a brisa salgada...


...traz o vôo livre e imponente das gaivotas...



...a natureza e o homem, a gaivota foi dotada de asas, o homem aprendeu a navegar e a voar, a necessidade aguçou o engenho e "sempre que o homem sonha /o mundo pula e avança"...


...enfim, frente a este imenso mar português, revigoro as minhas forças, lavo a minha alma, respiro fundo e preparo-me para um novo ano de trabalho.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Em frente ao mar...


De férias frente ao mar, este mar português que seduziu os navegadores, este mar que, como me dizia um simpático americano um destes dias, gerou Vasco da Gama e Cabral, isto porque, segundo ele, neste país basta erguer uma vela e... é partir à aventura!
Realmente, neste pequenino país, onde tanta coisa corre mal, temos paisagens magníficas e um mar imenso à nossa frente. É uma tranquilidade indescritível poder, pelo menos uma vez por ano, parar um bocadinho e contemplar o Atlântico.
É assim que estou, simplesmente em frente ao mar, que vejo ao acordar e ao deitar e durante o dia, sempre que me apetece. Há coisas na vida tão simples e tão saborosas...

domingo, 9 de agosto de 2009

Façam o favor de ser felizes


Raúl Solnado partiu ontem aos 79 anos. Era o que se pode chamar - o verdadeiro artista. Do "Zip Zip" à "Cornélia", fez-nos rir e sorrir, sempre com gosto. Simplicidade, espontaneidade, humor genuíno, sem nunca cair na brejeirice, era assim Raúl Solnado, um senhor do teatro português.
As minhas memórias mais antigas dele remontam ao concurso "A Visita da Cornélia", em que falava com uma simpática vaca. Mas depois assisti a muitos outros programas com a sua participação, como "Lá em casa tudo bem", "O Resto são Cantigas" e "Faz de Conta". Sempre que havia uma entrevista dele, apressava-me a lê-la, como uma que deu não há muito tempo (não sei se já há meses ou anos) salvo erro a Bruno Nogueira, na Casa do Artista, instituição que ajudou a criar com Armando Cortês (outro grande senhor que já partiu há bastante mais tempo).
Com aquele ar de avô bem disposto, Raúl Solnado terá sabido desfrutar da vida, saboreá-la, vivê-la em pleno, como a vida merece ser vivida. Ontem chegou a sua hora de partir, mas, onde quer que esteja, estará decerto num lugar luminoso, a sorrir.
Como tantas vezes nos desejou na televisão - "Façam o favor de ser felizes!" - , devemos fazê-lo, devêmo-lo a ele, que dedicou a vida a contribuir para a felicidade dos outros, e à vida, que está aí para ser vivida!
Obrigada e até sempre, Raúl Solnado!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Férias à porta


E as férias estão aí à porta. Mês de Agosto, o único em que, nesta profissão que abracei, nos é permitido tirar férias. Calor, o sol vai alternando com a chuva, o mar ou os campos esperam-nos e nós esquecemos ou mudamos por uns tempos da rotina do dia-a-dia. Descansamos, não porque paramos, mas porque mudamos de actividade.
Nas férias, tenho mais tempo para ler, para dormir, para respirar, para pensar ou simplesmente ver o sol a pôr-se sobre o mar, a descer no horizonte, num doce "até amanhã"...
Este ano apetece-me imenso sentir-me de férias neste mês de Agosto. Apetece-me olhar o mar, respirar a maresia, ouvir a sinfonia das ondas do Atlântico.
Afinal, mais do que qualquer outra coisa, estar de férias é um estado de alma e eu estou quase quase lá...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cansaço...


Hoje, aqui e agora, é o que sinto - cansaço.
Amanhã, provavelmente acordarei com energia renovada, como se a noite fosse fonte de luz para o meu espírito. Hei-de acordar um pouco rabujenta (nunca muito alegre, porque é de facto a altura do dia em que me apetece tudo menos sorrir e ser sociável), mas pouco tempo depois o meu sorriso tomará conta das minhas feições, dentro de mim o sol aparecerá por entre as nuvens e serei eu novamente como sei viver - a sorrir para a vida. Agora, neste momento, é o meu "lado lunar", triste e cansado, que aparece. Mas ninguém melhor que o grande Pessoa, através do seu amigo Álvaro de Campos, para dizer o que sinto hoje, aqui e agora:

"Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —

Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa."


Álvaro de Campos



E pronto, amanhã será outro dia... vou dormir...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Até à vista, meus meninos! Felicidades!

Foto de Vasco Caldeira

E mais um ano lectivo se passou e 3 das minhas turmas fecharam o seu ciclo de passagem pela nossa Escola. Foram 3 anos de alegrias, tristezas, zangas e carinhos. 3 anos em que os "meus meninos" cresceram (uns mais do que outros, mas é mesmo assim).
No dia 10 de Julho, fizemos a festa de encerramento do ano lectivo, mais conhecida por Penas d'Ouro (os nossos óscares internos), e foi uma noite de emoções. Nesta festa, entre muitas outras coisas, as turmas finalistas despedem-se e é nesta despedida que se concentram as grandes emoções do evento.
Os alunos dizem adeus a uma escola que foi, durante 3 anos, uma outra família, com tudo o que uma família implica - partilha de bons e maus momentos, alegrias e desilusões - e nós, professores, vemo-los partir e preparamo-nos para receber mais uma leva de alunos que chegará em Setembro. Todos os anos custa um bocadinho, afinal é como se abandonassem o ninho. Muitos deles voltam para uma conversa, um sorriso, um cafezinho. É isso que a nossa escola tem de especial, a família continua lá, à espera deles, para quando quiserem aparecer.
Foi assim também este ano, despedimo-nos da H4, HS1, I9 e T3. Eles fizeram os seus apanhados dos 3 anos, com fotografias, vídeos e músicas à altura e depois discursaram e disseram o que lhes ia na alma. Nós, Directores de Turma e Coordenadores de Curso, agradecemos também o que com eles aprendemos e desejámos-lhes felicidades. Houve choros, gargalhadas, canções, discursos e muita muita emoção. É assim esta despedida simbólica.

Foto de Vasco Caldeira

Acompanhei a H4 e a T3 durante 3 anos, foi bom vê-los crescer e tenho orgulho nos profissionais que virão a ser, mas tenho ainda mais orgulho naqueles que perceberam que, mais que bons profissionais, zelamos para que sejam boas pessoas, bons cidadãos, porque é também esse o papel da Escola e muito da nossa escola.
Agora, neste momento, enquanto escrevo nas fitas de finalistas dos meus meninos (modernices, no meu tempo só havia fitas no fim da Faculdade :) ), recordei aquela noite mágica e decidi lembrá-la aqui, neste meu espaço.
A todos os meus alunos que partem para a vida, desejo as maiores felicidades e que lutem por aquilo em que acreditam! A família ESCO estará aqui, de braços abertos, sempre que nos queiram visitar!
Até à vista, meus meninos!