domingo, 28 de junho de 2009

Memórias - The Time of My Life



Não resisti, encontrei isto no Youtube e as memórias tomaram conta de mim - ainda hoje uma das minhas canções favoritas, com cenas de um dos filmes da minha vida.
Há momentos inesquecíveis!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morrem cedo os que os deuses amam














Farrah Fawcett (1947-2009) e Michael Jackson (1958-2009) partiram ontem, 25 de Junho, com algumas horas de diferença.
Farrah, um dos anjos de Charlie, de olhos cor de mar e sorriso luminoso, lutou até onde lhe foi possível contra um cancro, acabando por ser vencida pela doença aos 62 anos, depois de um duro combate, em que estava envolvida desde 2006.
Michael partiu, aos 50 anos, devido a uma inesperada paragem cardio-respiratória e entrou na imortalidade.
Duas estrelas da ribalta partiram para outra dimensão. A forma como partiram foi diferente, as suas vidas também, mas a morte decidiu uni-los num mesmo dia.

Farrah era uma actriz que, segundo leio pela net, tentou sempre fazer papéis cada vez melhores, depois de declarada a doença procurou que o seu exemplo servisse para ajudar os milhões de anónimos que sofrem desta autêntica "peste" por esse mundo fora e hoje, por fim, teve descanso. Aos 62 anos, partiu cedo. O seu sorriso luminoso será imortal. Na minha memória, ficam os episódios de "O Anjos de Charlie" que vi em menina.

Michael foi um fenómeno. Extremamente polémico, mas um intérprete ímpar, um "animal" do palco. Ficam para a eternidade não só as suas músicas ("Thriller", "Bad", "Black or White", "We are the world"....), mas também as suas interpretações em palco, os telediscos. Não era o meu cantor preferido, mas as suas canções animaram a minha adolescência, fazem parte da minha vida. Aos 50 anos, o coração parou (o de Elvis parou aos 42, também cedo demais).

E assim partiram duas estrelas da ribalta para a eternidade. Partiram cedo, mas talvez amados pelos deuses.

Nota: Foto de Farrah Fawcett (in http://www.fotolog.com/libanesa2010/70914468) e foto de Michael Jackson (in http://www.lazermusica.com/blog/tag/michael-jackson/)

domingo, 21 de junho de 2009

Chegou o Verão!


Hoje, 21 de Junho, é o dia do solstício de Verão. O maior dia do ano e é daí que vem o meu entusiasmo. De facto, a minha estação do ano preferida é a Primavera, quando a natureza desperta, o verde brota nos campos e as flores desabrocham. Os dias são mais luminosos, as temperaturas mais amenas e os dias vão crescendo.
O Verão, a estação que hoje começa, é (ou era, antes das alterações climáticas) a estação do calor, demasiado calor, para o meu gosto. Mas é também sinónimo de férias, de noites amenas, de alegria (parece que no Verão andamos todos mais bem dispostos e com um sorriso nos lábios). O que mais aprecio no Verão são precisamente os dias grandes, a noite vem mais tarde, e vai-se embora mais cedo, podemos ir à janela à meia noite ou às 2 da manhã e o inconfundível "cheiro a Verão" está lá. Este cheiro evoca em mim memórias das férias grandes da minha infância e adolescência, as brincadeiras, as longas conversas, os passeios nocturnos e os lugares sucedem-se na minha memória - Algarve, Tróia, São Pedro de Moel... Hum... que saudades!
Pois... chegou o Verão! Seja bem-vindo!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Angeja... a aldeia da minha infância


Ao ler no blog da Marta (http://havidaemmarta.blogspot.com/) o texto que ela escreveu sobre Chacim, a aldeia da sua infância, veio-me à memória aquela que foi a aldeia da minha infância - Angeja, concelho de Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro.
Para que se perceba melhor o que essa aldeia significou na minha vida, há que dizer que sou alfacinha de gema. Nasci em Lisboa (onde grande parte dos lisboetas nascem - na maternidade Alfredo da Costa), os meus pais são de Lisboa, os meus avós paternos são de Lisboa e o meu avô materno também. Assim, só a minha avó materna era de Angeja. "Ir à terra" significava ir à terra da minha avó, onde, na minha infância, vivia a minha bisavó (uma mulher de armas que construiu a sua casa aos 60 anos).
A aventura começava em Santa Apolónia, apanhávamos o comboio com destino a Aveiro. Antes do comboio partir (que era uma coisa que me afligia, porque tinha sempre a sensação que ia partir sem entrarmos todos e havia também sempre quem entrasse depois do apito de partida), dizia eu que, antes do comboio partir, ecoavam por Santa Apolónia todas as estações e apeadeiros, anunciadas aos altifalantes. Era uma viagem algo longa, no inter-regional, com compartimentos julgo que para 6 pessoas cada um. Os meus pais ou os meus avós (conforme com quem iamos) levavam lanche para a viagem. E lá íamos, cruzando-nos com muitas pessoas diferentes, que saiam e entravam à medida que o comboio parava nas estações ou apeadeiros previamente anunciados. Às vezes, havia atrasos e demorávamos mais tempo, mas lá chegávamos a Aveiro (mais uma vez a minha aflição de que não tivéssemos tempo de sair todos antes do comboio seguir viagem). Em Aveiro, apanhávamos a camioneta para Angeja e saíamos na praça central da aldeia. Depois, o caminho fazia-se a pé, até ao fundo da Rua da Agra, onde encontrávamos o portão verde da casa da minha avó Joaninha (a minha bisavó Joana).
Eu gostava de lá chegar, de dar um beijinho à minha bisavó, que entretanto tinha matado um "pito" para fazer uma canjinha. Era uma casa simples, mas acolhedora, com um "aido" sempre com flores bonitas, um limoeiro e uma horta. Havia naquela casa apenas duas coisas de que eu não gostava - a casa de banho era apenas uma espécie de sanita improvisada, tendo por baixo palha e os dejectos eram aproveitados para estrume, e tomava-se banho (no Verão) na água gelada do poço que havia no "aido".
Angeja tinha cheiros característicos, o do rio Vouga (já poluído na altura) e que ainda hoje se mantém e o do estrume (hoje quase desaparecido), já que os carros de bois eram presença constante nas ruas, muito mais do que os tractores. Uma coisa que me divertia era o facto de achar que toda a gente daquela terra era da minha família, já que muitos me eram apresentados como primos.
Tenho muitas memórias de Angeja, uma aldeia do litoral, não muito longe da cidade, que acabou por ficar com o IP5 mesmo à porta e hoje tem a A25. Um post não chegaria para relatá-las todas, mas invoco apenas algumas: eu e o meu irmão a cavarmos a horta da avó Joaninha; o dia em que levei, com um amigo, cabras a pastar e a cabra que eu levava quase me fez cair, porque corria mais que eu e eu ia de socas; o meu irmão a descer a "vela" (=viela) numa bicicleta maior do que ele, sem que ele chegasse aos pedais, mas feliz da vida, a grande velocidade (tendo em conta o tamanho dele) e eu com o coração nas mãos; os meus amigos, filhos de vizinhos da minha bisavó, com quem brincavamos e cujo sotaque (trocar os "vês" pelos "bês" - a "baca") eu tratava de imitar pouco tempo depois de lá estar; a ponte de madeira que atravessava o rio e de onde se viam as bateiras; a casa da prima Maria Idália, que nos recebia sempre com um sorriso luminoso, no seu mini-jardim sempre florido, e onde eu gostava de ir ver as telenovelas, porque a minha bisavó não tinha televisão... e tantas tantas outras. Muitos anos depois, quando a minha bisavó faleceu, a casa foi vendida.
Voltei lá há pouco tempo (é lá que a minha bisavó está sepultada e foi para lá, para junto da sua mãe, que a minha avó foi, quando partiu, em 2007) e Angeja está diferente. Há mais carros, mais tractores, algumas das pessoas da minha infância já partiram, algumas lojas mudaram de donos e de actividade, as casas da rua principal estão velhas, mas a zona do rio está mais bonita.
Hoje, Angeja já não é a aldeia de outros tempos, mas é e será sempre a aldeia da minha infância, Angeja é "a terra", é um conjunto de memórias felizes que fazem parte de mim.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

As pequenas coisas da vida...


Há momentos na vida em que somos obrigados a parar e a valorizar as pequenas coisas da vida. Pode acontecer a qualquer um de nós, em qualquer altura. Eu estou numa dessas fases de paragem forçada, por ter feito uma rotura de um ligamento do joelho e, de um momento para o outro, uma coisa aparentemente simples (pensava eu), obrigou-me literalmente a parar a minha actividade profissional e a mim própria.
Durante 20 dias não pude pôr o pé direito no chão, o que significa que, além de ter de andar de canadianas, fiquei com a minha independência e mobilidade bastante reduzidas (já que a agilidade e coordenação necessárias para usar estas "ajudantes" não são o meu forte).
Ora foi nesta situação que me apercebi das dificuldades que, todos os dias, milhões de pessoas passam para fazerem coisas simples como tomar banho, subir escadas (em prédios onde não há elevadores) ou andar em piso acidentado. E se neste país se se decidir, por exemplo, ir almoçar em Lisboa, na zona da Ajuda ou de Alcântara, ou a pessoa sai do carro e encosta-se a algum lado, à espera que vão estacionar, ou o parque fica longe para quem anda só com um pé e duas canadianas. E que dizer do estacionamento do Centro Cultural de Belém que só tem acesso ao Centro em si por umas escadas? Por outro lado, descobri a imensa utilidade das casas de banho para deficientes, com aqueles apoios laterais.
Ontem, ao contrário de muita gente cuja condição é infelizmente permanente, voltei a poder pôr o pé no chão e... os meus músculos tinham-se "esquecido" do que era andar! A pouco e pouco, com os exercícios da fisioterapia, os meus músculos começaram-se a "lembrar-se" e os exercícios vão continuar, até que a minha perna direita volte a "saber andar" e a lesão se recupere. Aí voltarei a ter independência e mobilidade, mas fica comigo esta experiência que me leva a valorizar as pequenas coisas que damos por adquiridas e das quais nos podemos ver privados a qualquer momento, sem pré-aviso.
Afinal, a vida é feita de pequenas coisas... que nos fazem tanta falta!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Páginas de Liberdade...

O título deste post é também a tradução portuguesa do título do filme ("Freedom Writers") que a TVI transmitiu hoje ao fim da tarde, antecedendo a noite eleitoral. Um título que tem, neste dia, uma outra conotação - é por vivermos em liberdade que podemos votar e, no entanto, tristemente, quase 63% dos portugueses (mais concretamente 6.044.504) optaram por não votar... Como poderão então queixar-se, se, quando têm a melhor das armas na mão, a atiram pela janela fora!...
Mas voltando ao filme, magnífico por sinal, a personagem de Hilary Swank (Ms. G.) opta por transformar o ensino numa arma, mas... "de construção maciça". Num liceu americano em que existe um autêntico "apartheid" imposto pelos próprios alunos, a esta professora calha em sorte a turma dos "burros" (como eles próprios de consideram), a turma dos mal amados. Como qualquer professor faria, começa por desesperar, mas, ao contrário de muitos, não desiste dos seus alunos e eles passam a ser her kids, abre-lhes horizontes e, contra tudo e contra todos, mostra-lhes que todos têm valor, se se respeitarem e respeitarem os outros, mostra-lhes que há outras armas que não apenas as que matam e que eles tão bem conhecem. É assim que esta turma mal amada se transforma nos "freedom writers", graças a uma professora que lutou por eles, mas sobretudo graças a eles próprios se terem convencido de que eram capazes. É este o lado bom de ser professor e de quem o assume como missão (que também para "Ms. G." tem custos pessoais).
"Páginas de Liberdade" é um hino aos Professores (assim mesmo com P maiúsculo) e, voltando à noite eleitoral, esta, pela enorme abstenção, é uma tristeza pelo facto dos meus concidadãos desistirem do seu país e da sua intervenção cívica. Uma tristeza para a liberdade que conquistámos há 35 anos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O melhor do mundo são as crianças...


Já dizia o grande Fernando Pessoa que "Grande é a poesia, a bondade e as danças.../Mas o melhor do mundo são as crianças".
Nos tempos que correm, subscrevo plenamente as palavras deste grande poeta, mas, infelizmente, continua a haver muitas crianças por esse mundo fora que não têm direito à protecção, à saúde, à educação, ao amor, à alegria... à alimentação e à água.
Neste Dia Mundial da Criança, não posso deixar de invocar esses meninos e meninas que têm a má sorte de nascer em locais perigosos ou esquecidos por Deus. Daí que me tenha ocorrido o poema de Rui Monteiro, imortalizado na magnífica voz de Paulo de Carvalho - Meninos do Huambo.


"Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria

Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas

E no céu descobrem estrelas de magia

Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira

Vão saber o que custou a liberdade

Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar

Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar

Soltam ao céu as estrelas já escritas

Constelações que brilham sempre sem parar

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade

Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade


Palavras sempre novas, sempre novas

Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo

Assim contentes à voltinha da fogueira

Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo"

Dedico este post a todos os meninos e meninas deste nosso mundo, aos que têm direito a sorrir, aos que apesar de tudo sorriem e aos que nem forças têm para sorrir. É por todos eles que temos de lutar por um mundo melhor!