quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cansaço...


Hoje, aqui e agora, é o que sinto - cansaço.
Amanhã, provavelmente acordarei com energia renovada, como se a noite fosse fonte de luz para o meu espírito. Hei-de acordar um pouco rabujenta (nunca muito alegre, porque é de facto a altura do dia em que me apetece tudo menos sorrir e ser sociável), mas pouco tempo depois o meu sorriso tomará conta das minhas feições, dentro de mim o sol aparecerá por entre as nuvens e serei eu novamente como sei viver - a sorrir para a vida. Agora, neste momento, é o meu "lado lunar", triste e cansado, que aparece. Mas ninguém melhor que o grande Pessoa, através do seu amigo Álvaro de Campos, para dizer o que sinto hoje, aqui e agora:

"Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —

Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa."


Álvaro de Campos



E pronto, amanhã será outro dia... vou dormir...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Até à vista, meus meninos! Felicidades!

Foto de Vasco Caldeira

E mais um ano lectivo se passou e 3 das minhas turmas fecharam o seu ciclo de passagem pela nossa Escola. Foram 3 anos de alegrias, tristezas, zangas e carinhos. 3 anos em que os "meus meninos" cresceram (uns mais do que outros, mas é mesmo assim).
No dia 10 de Julho, fizemos a festa de encerramento do ano lectivo, mais conhecida por Penas d'Ouro (os nossos óscares internos), e foi uma noite de emoções. Nesta festa, entre muitas outras coisas, as turmas finalistas despedem-se e é nesta despedida que se concentram as grandes emoções do evento.
Os alunos dizem adeus a uma escola que foi, durante 3 anos, uma outra família, com tudo o que uma família implica - partilha de bons e maus momentos, alegrias e desilusões - e nós, professores, vemo-los partir e preparamo-nos para receber mais uma leva de alunos que chegará em Setembro. Todos os anos custa um bocadinho, afinal é como se abandonassem o ninho. Muitos deles voltam para uma conversa, um sorriso, um cafezinho. É isso que a nossa escola tem de especial, a família continua lá, à espera deles, para quando quiserem aparecer.
Foi assim também este ano, despedimo-nos da H4, HS1, I9 e T3. Eles fizeram os seus apanhados dos 3 anos, com fotografias, vídeos e músicas à altura e depois discursaram e disseram o que lhes ia na alma. Nós, Directores de Turma e Coordenadores de Curso, agradecemos também o que com eles aprendemos e desejámos-lhes felicidades. Houve choros, gargalhadas, canções, discursos e muita muita emoção. É assim esta despedida simbólica.

Foto de Vasco Caldeira

Acompanhei a H4 e a T3 durante 3 anos, foi bom vê-los crescer e tenho orgulho nos profissionais que virão a ser, mas tenho ainda mais orgulho naqueles que perceberam que, mais que bons profissionais, zelamos para que sejam boas pessoas, bons cidadãos, porque é também esse o papel da Escola e muito da nossa escola.
Agora, neste momento, enquanto escrevo nas fitas de finalistas dos meus meninos (modernices, no meu tempo só havia fitas no fim da Faculdade :) ), recordei aquela noite mágica e decidi lembrá-la aqui, neste meu espaço.
A todos os meus alunos que partem para a vida, desejo as maiores felicidades e que lutem por aquilo em que acreditam! A família ESCO estará aqui, de braços abertos, sempre que nos queiram visitar!
Até à vista, meus meninos!


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Blogagem colectiva - "S. Pedro de Moel – paraíso entre o pinhal e o mar"


Um pequeno paraíso entre o imenso Atlântico e o magnífico pinhal de Leiria, que valeu o cognome a D. Dinis, “plantador de naus a haver” como o define Pessoa. Foi aqui, neste paraíso, freguesia e concelho da Marinha Grande, distrito de Leiria, que passei 8 anos seguidos das minhas férias da adolescência e é, para mim, o lugar ideal.

Em São Pedro, fiz amigos para a vida, passei momentos felizes, que hoje são memórias carinhosas. Lugar escolhido por Afonso Lopes Vieira para erigir a sua casa, São Pedro de Moel é um lugar natural e cosmopolita. A praia linda, mas de água gelada, o pinhal, com parque de merendas e circuitos para passeios de bicicleta. Eu diria que é um lugar onde a civilização chegou, mas no seu melhor, em harmonia com a natureza. Conheço poucos, muito poucos lugares assim.

São Pedro de Moel, onde a natureza é rainha, mantém-se um paraíso, a minha terra de eleição para umas férias de sonho.





Nota: este texto está integrado na blogagem colectiva proposta pela Susana de Aldeia da Minha Vida, subordinada ao tema "As Férias na Minha Terra". Se quiser votar neste texto, visite o referido site e na barra lateral esquerda vote ou então no selo que no presente site se encontra na barra lateral direita.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"Uma amiga é uma irmã escolhida por nós"

Esta é a frase que consta de um marcador de livros que uma grande amiga minha (a primeira das minhas "manas" na minha vida) me deu, num aniversário ou num Natal. Gosto muito deste marcador de livros que está exposto na minha estante, mas gosto mais ainda dessa minha "mana", e, como ela faz hoje anos, decidi fazer-lhe esta pequena homenagem. É uma frase, esta do marcador, que é bem verdadeira, sobretudo no nosso caso.
Conhecemo-nos em 1991, no dia da Prova Específica (já não sei se de Grego se de Latim) que fizemos na Faculdade de Letras (verdade que parece que foi ontem!). Entrámos na sala e sentámo-nos. Ela ficou sentada à minha frente e, quando se voltou para trás para pôr a mala nas costas da cadeira, sorriu-me e desejou-me boa sorte. Lembro-me perfeitamente desse momento e é possível que a nossa amizade tenha começado nesse preciso momento, na nossa troca de sorrisos e votos de boa sorte. Não sei bem como, mas fomo-nos aproximando e a nossa amizade cresceu e cimentou-se até hoje. Olhando para trás vejo sobretudo grandes momentos de alegria e boa disposição, ataques de riso, grandes conversas, cumplicidades. É uma amizade especial, a nossa. Estamos, por vezes, muito tempo sem nos vermos, vamos falando, mas a verdade é que a nossa "telepatia" privativa continua a funcionar. Quando nos encontramos, temos sempre pano para mangas no que a conversa diz respeito. Embora tenhamos muito em comum, também temos obviamente divergências em termos de olhares sobre a vida e sobre os mais diversos assuntos, mas confiamos e respeitamos.
Somos na verdade "manas" de coração. Tanto ela como eu temos irmãos (do sexo masculino) e adoptámo-nos como irmãs, adoptando também um bocadinho os irmãos uma da outra como nossos manos. As nossas mães, além do signo, têm muito em comum, desde o feitio até a objectos da casa. Foram pormenores que fomos descobrindo ao longo do tempo.
Acho que já estou convencida que esta nossa amizade estava escrita nas estrelas ou no nosso destino...
Neste dia 2 de Julho de 2009, esta minha mana, MC, completa 36 anos (uns meses à minha frente). Aproveito assim esta oportunidade para lhe dizer que gosto muito dela e tenho o maior prazer em tê-la como mana e em ser tia do filhote dela.
Quanto à frase que abre este post, reafirmo-a "uma amiga é uma irmã escolhida por nós". Esta foi a primeira mana que adoptei, entretanto surgiram outras, mas cada uma tem o seu lugar inabalável.
Parabéns, M!
Aqui fica um mocho de que tanto gostas (e este é mesmo o da nossa Faculdade!) :)