segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Praia de Sophia...

Com as férias mesmo à "beirinha" de terminar, encontrei este poema ao folhear um dos meus quase ancestrais cadernos da Faculdade, onde tinha por hábito preencher espaços vazios com poemas ou frases de que gostasse particularmente. Aqui fica "Praia" de Sophia de Mello Breyner. Acho-o lindo!

Praia

Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios

As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços

A praia é longa e lisa sob o vento
Saturada de espaços e maresia

E para trás de mim fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.

domingo, 16 de agosto de 2009

Viagem às Berlengas... nunca digas nunca!

Pois é, ora aí está uma situação inesperada. Eu sempre disse que nunca iria às Berlengas até que houvesse um helicóptero que me levasse lá, isto porque tenho uma certa fobia a barcos, acho que nasci sem barbatanas por alguma razão (embora tenha nascido sem asas e adore andar de avião!).
Eis senão quando me deu uma súbita vontade de aceitar o desafio de uma amiga de coração, que já me tinha desafiado imensas vezes, mas eu nunca tinha aceite. E assim, sem pensar muito no assunto, e num acto de coragem inesperado, lá dei por mim a caminho das Berlengas, numa pequena traineira com um grupo de amigos. Lá ia eu no "Senhor dos Mares".

Tudo muito bem, até sairmos da protecção da costa. Quando os mares se cruzam, eis que começa a agitação e, com a ajuda do vento, quase parecia a montanha russa, ou pelo menos foi o que o meu estômago achou. Já havia duas meninas a oferecer o conteúdo dos seus estômagos ao vento e ao mar, mas o meu estômago decidiu solidarizar-se e, pronto, o que eu temia aconteceu. Mais meia hora de caminho e lá aportámos às famosas Berlengas (mais concretamente à Berlenga Grande, já que Berlengas é um arquipélago).


Uma minúscula, mas bonita praia apareceu como um pequeno oásis. No entanto, os oásis costumam ter água quentinha, esta era bem geladinha, mas soube muito bem, é límpida e curiosamente pouco salgada.
Depois, com uma boleia de uma pequena lancha, voltámos a bordo para uma sardinhada comunitária. As sardinhas estavam magníficas, mas preferi conter-me, pois não sabia como o meu querido estômago se iria portar no regresso. Após o almoço, demos uma volta de lancha, com fundo de vidro (que dava direito a ver o magnífico fundo do mar).
Do mar, vimos a cabeça de elefante...

... o Forte de São João Baptista...

...outros lindos pormenores...


... passámos dentro de uma gruta, entrámos e saímos de outra e acabámos de novo no "Senhor dos Mares". Ao largo, esperava o "Cabo Avelar Pessoa" pelos viajantes que haviam decidido passar o dia na Berlenga...

E chegou a hora do regresso. Diziam-me que a viagem de regresso era mais fácil e, de facto, para mim foi, mas as minhas duas amigas que haviam enjoado na viagem de ida, voltaram a enjoar na volta. Enfim, como dizia, por alguma razão nascemos sem barbatanas. O barco ia cortando os mares, agora com o vento a favor, e as Berlengas iam ficando para trás...

... e o Cabo Carvoeiro, o magnífico Cabo Carvoeiro ia-se aproximando...

...um pouco depois, com o mar significativamente mais calmo, era possível avistar o Forte de Peniche...

...um bocadinho mais e chegámos a terra firme. A aventura acabou e com ela um dia diferente e especial, apesar dos enjôos.
Quando me deitei, a minha cabeça pensou, por momentos, que ainda estava no barco e ficou um bocadinho tonta, mas, depois, lá voltou ao normal e pude descansar de um dia de emoções. No entanto, antes de adormecer, ainda me ocorreu a frase "nunca digas nunca"...

Ah, e a ti, minha amiga, OBRIGADA, valeu a pena!... mas, para voltar, vai demorar um bocadinho! :)


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O mar... sempre...


Junto ao mar, imenso... o vento traz a brisa salgada...


...traz o vôo livre e imponente das gaivotas...



...a natureza e o homem, a gaivota foi dotada de asas, o homem aprendeu a navegar e a voar, a necessidade aguçou o engenho e "sempre que o homem sonha /o mundo pula e avança"...


...enfim, frente a este imenso mar português, revigoro as minhas forças, lavo a minha alma, respiro fundo e preparo-me para um novo ano de trabalho.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Em frente ao mar...


De férias frente ao mar, este mar português que seduziu os navegadores, este mar que, como me dizia um simpático americano um destes dias, gerou Vasco da Gama e Cabral, isto porque, segundo ele, neste país basta erguer uma vela e... é partir à aventura!
Realmente, neste pequenino país, onde tanta coisa corre mal, temos paisagens magníficas e um mar imenso à nossa frente. É uma tranquilidade indescritível poder, pelo menos uma vez por ano, parar um bocadinho e contemplar o Atlântico.
É assim que estou, simplesmente em frente ao mar, que vejo ao acordar e ao deitar e durante o dia, sempre que me apetece. Há coisas na vida tão simples e tão saborosas...

domingo, 9 de agosto de 2009

Façam o favor de ser felizes


Raúl Solnado partiu ontem aos 79 anos. Era o que se pode chamar - o verdadeiro artista. Do "Zip Zip" à "Cornélia", fez-nos rir e sorrir, sempre com gosto. Simplicidade, espontaneidade, humor genuíno, sem nunca cair na brejeirice, era assim Raúl Solnado, um senhor do teatro português.
As minhas memórias mais antigas dele remontam ao concurso "A Visita da Cornélia", em que falava com uma simpática vaca. Mas depois assisti a muitos outros programas com a sua participação, como "Lá em casa tudo bem", "O Resto são Cantigas" e "Faz de Conta". Sempre que havia uma entrevista dele, apressava-me a lê-la, como uma que deu não há muito tempo (não sei se já há meses ou anos) salvo erro a Bruno Nogueira, na Casa do Artista, instituição que ajudou a criar com Armando Cortês (outro grande senhor que já partiu há bastante mais tempo).
Com aquele ar de avô bem disposto, Raúl Solnado terá sabido desfrutar da vida, saboreá-la, vivê-la em pleno, como a vida merece ser vivida. Ontem chegou a sua hora de partir, mas, onde quer que esteja, estará decerto num lugar luminoso, a sorrir.
Como tantas vezes nos desejou na televisão - "Façam o favor de ser felizes!" - , devemos fazê-lo, devêmo-lo a ele, que dedicou a vida a contribuir para a felicidade dos outros, e à vida, que está aí para ser vivida!
Obrigada e até sempre, Raúl Solnado!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Férias à porta


E as férias estão aí à porta. Mês de Agosto, o único em que, nesta profissão que abracei, nos é permitido tirar férias. Calor, o sol vai alternando com a chuva, o mar ou os campos esperam-nos e nós esquecemos ou mudamos por uns tempos da rotina do dia-a-dia. Descansamos, não porque paramos, mas porque mudamos de actividade.
Nas férias, tenho mais tempo para ler, para dormir, para respirar, para pensar ou simplesmente ver o sol a pôr-se sobre o mar, a descer no horizonte, num doce "até amanhã"...
Este ano apetece-me imenso sentir-me de férias neste mês de Agosto. Apetece-me olhar o mar, respirar a maresia, ouvir a sinfonia das ondas do Atlântico.
Afinal, mais do que qualquer outra coisa, estar de férias é um estado de alma e eu estou quase quase lá...