"Escrever. Porque escrevo? Escrevo para criar um espaço habitável da minha necessidade, do que me oprime, do que é difícil e excessivo. Escrevo porque o encantamento e a maravilha são verdade e a sua sedução é mais forte do que eu. Escrevo porque o erro, a degradação e a injustiça não devem ter razão. Escrevo para tornar possível a realidade, os lugares, tempos que esperam que a minha escrita os desperte do seu modo confuso de serem. E para evocar e fixar o percurso que realizei, as terras, gentes e tudo o que vivi e que só na escrita eu posso reconhecer, por nela recuperarem a sua essencialidade, a sua verdade emotiva, que é a primeira e a última que nos liga ao mundo. Escrevo para tornar visível o mistério das coisas. Escrevo para ser. Escrevo sem razão."
Vergílio Ferreira, in 'Pensar'
Tomo a liberdade de fazer minhas as palavras do grande Vergílio Ferreira, nesta espécie de declaração de intenções, porque... ele di-lo muito melhor do que eu.
2 comentários:
...
Mas dito por ti tem o sabor da amizada, da confiança, da sensatez....
Tu própria és a palavra ... aquela que nos faz sentir válidos, que nos faz sentir que vale a pena ser tua AMIGA.
Um beijo enorme
Maninha
Em viagem... com o mar no horizonte!"
Escrevo sem razão em busca da razão. Escrevo para realizar as memórias. Escrevo para cheirar os lugares. Escrevo para dar voz às emoções e não calar os desejos. Escrevo para me ler. Escrevo para tentar ser. Escrevo para silenciar a razão.
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