domingo, 16 de agosto de 2009

Viagem às Berlengas... nunca digas nunca!

Pois é, ora aí está uma situação inesperada. Eu sempre disse que nunca iria às Berlengas até que houvesse um helicóptero que me levasse lá, isto porque tenho uma certa fobia a barcos, acho que nasci sem barbatanas por alguma razão (embora tenha nascido sem asas e adore andar de avião!).
Eis senão quando me deu uma súbita vontade de aceitar o desafio de uma amiga de coração, que já me tinha desafiado imensas vezes, mas eu nunca tinha aceite. E assim, sem pensar muito no assunto, e num acto de coragem inesperado, lá dei por mim a caminho das Berlengas, numa pequena traineira com um grupo de amigos. Lá ia eu no "Senhor dos Mares".

Tudo muito bem, até sairmos da protecção da costa. Quando os mares se cruzam, eis que começa a agitação e, com a ajuda do vento, quase parecia a montanha russa, ou pelo menos foi o que o meu estômago achou. Já havia duas meninas a oferecer o conteúdo dos seus estômagos ao vento e ao mar, mas o meu estômago decidiu solidarizar-se e, pronto, o que eu temia aconteceu. Mais meia hora de caminho e lá aportámos às famosas Berlengas (mais concretamente à Berlenga Grande, já que Berlengas é um arquipélago).


Uma minúscula, mas bonita praia apareceu como um pequeno oásis. No entanto, os oásis costumam ter água quentinha, esta era bem geladinha, mas soube muito bem, é límpida e curiosamente pouco salgada.
Depois, com uma boleia de uma pequena lancha, voltámos a bordo para uma sardinhada comunitária. As sardinhas estavam magníficas, mas preferi conter-me, pois não sabia como o meu querido estômago se iria portar no regresso. Após o almoço, demos uma volta de lancha, com fundo de vidro (que dava direito a ver o magnífico fundo do mar).
Do mar, vimos a cabeça de elefante...

... o Forte de São João Baptista...

...outros lindos pormenores...


... passámos dentro de uma gruta, entrámos e saímos de outra e acabámos de novo no "Senhor dos Mares". Ao largo, esperava o "Cabo Avelar Pessoa" pelos viajantes que haviam decidido passar o dia na Berlenga...

E chegou a hora do regresso. Diziam-me que a viagem de regresso era mais fácil e, de facto, para mim foi, mas as minhas duas amigas que haviam enjoado na viagem de ida, voltaram a enjoar na volta. Enfim, como dizia, por alguma razão nascemos sem barbatanas. O barco ia cortando os mares, agora com o vento a favor, e as Berlengas iam ficando para trás...

... e o Cabo Carvoeiro, o magnífico Cabo Carvoeiro ia-se aproximando...

...um pouco depois, com o mar significativamente mais calmo, era possível avistar o Forte de Peniche...

...um bocadinho mais e chegámos a terra firme. A aventura acabou e com ela um dia diferente e especial, apesar dos enjôos.
Quando me deitei, a minha cabeça pensou, por momentos, que ainda estava no barco e ficou um bocadinho tonta, mas, depois, lá voltou ao normal e pude descansar de um dia de emoções. No entanto, antes de adormecer, ainda me ocorreu a frase "nunca digas nunca"...

Ah, e a ti, minha amiga, OBRIGADA, valeu a pena!... mas, para voltar, vai demorar um bocadinho! :)


6 comentários:

Anónimo disse...

Minininha Maggie

Bela reportagem, bem escrita e com ilustrações interessante. E, mais ainda: com uma saudável ironia que, por isso mesmo, estabelece a empatia entre quem escreve e quem lê. Muitos parabéns!

Às Berlengas, vê lá tu, nunca fui. Passei por 122 países, mais de metado desta porcaria deste Mundo, ainda conto ir a alguns, poucos, mais. Por isso, não me posso divorciar, ao fim de 45 anos de enforcado: como a minha Raquel é TAP reformada... perdia os bilhetes grátis...

Enjoaste? Ora muito bem. Nas caravelas e nas naus dos Descobrimentos também aconteceu e com alguma frequência. Pelo menos o Mentes? Minto é o que escreve...

Bom, por aqui me fico, babadinho com os elogios que postaste na Minha Travessa. Obrigadérrimo. E pelo teu assentar praça em (Per)seguidores 192.

Um favor: diz à tua malta que faça o mesmo. Grazie tante.

Qjs = queijinhos = beijinhos

José Pedro Viegas disse...

Bela viagem essa, que nunca fiz ( a tal coragem do enjoo, apesar de ja ter feito cruzeiros), mas pelo que vejo e dixem aquele mar é muito picado.
Bela narrativa e uma forma bonita de a dizer.

parabens.

JP

Susana Falhas disse...

Olá Maggie!

Pois é apesar do medo foste e valeu a pena, não foi? Eu ainda não tive a oportunidade de visitar a ilha, mas foi por falta de oportunidade, e não por fobia... Aposto que o próximo passo será uma viagem de cruzeiro( que já enfrentaste o medo).

Abraço Susana

IsaG disse...

Olá!
Quando vivi aí também me atrevi a ir. Não me correu tão mal, em termos digestivos, nem consigo recoradra com a tua minúcia jornalística aqueles lugares. Mas ficou a memória de um dia agradável, de passeio, em boa companhia, relembro a pequena praia azul, maravilhosa... Também as flores, pois naquela altura a vegetação estava toda florida... Amazing! Ficou ainda na memória, e na fotografia, a imagem de uma mãe gaivota susceptível e hiperprotectora, que sonhando que eu ia pegar o seu filho, fez um voo rasante pela minha cabeça levantando-me os cabelos e cravando as unhas. A tola!
Votos de continuação de boas férias!

Mafalda Branco disse...

Olá Maggie!
Ri-me imenso com a forma irónica e bem-disposta como nos descreveste a tua viagem! Apesar de nunca lá ter ido, as Berlengas fazem parte do meu imaginário, e fiquei ainda com mais vontade de as conhecer!
Deliciosa! :)
Beijinhos!

effetus disse...

Olá, Maggie.
Através do blog de uma amiga comum, vim aqui. E gostei muito.
Esta viagem às Berlengas também é um dos projectos da minha vida; sempre adiada, por falta de tempo.
Mas o mar chama-me...
Felicidades para si e para o seu blog.
Um abraço.
Tony.