Dia 10 de Junho de 2010, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, dizia eu ao meu afilhado, para lhe explicar porque era feriado, e eis que ele acrescenta na simplicidade e sabedoria dos seus oito anos... " e é o dia em que o meu avô morreu." Verdade, infelizmente, a mais pura das verdades, que fez com que este dia de que sempre gostei (até porque era sinónimo de Feira do Livro, santos populares, cheiro a Verão...) passasse a ser ensombrado pela partida de um tio de coração. Partiu aos 63 anos, vítima de cancro, doença maldita que ceifa vidas sem dó nem piedade.
Num post de Setembro passado, referi-me aos amigos como uma família escolhida por nós e, de facto, este meu tio, não o era de sangue, mas era-me muito mais próximo do que alguns dos meus tios biológicos. Quando nasci, ele e mais alguns tios e tias já faziam parte da minha vida, eram amigos dos meus pais e faziam parte da família que eles já haviam escolhido.
Era uma pessoa alegre, carinhosa, conciliadora, acho que nunca o vi verdadeiramente zangado. É esta a imagem que deixou em mim e na minha vida. Em Setembro passado, quando esta família alargada se reuniu, lá estava ele e o seu sorriso. Mesmo já doente, quando o ia ver ao hospital, recebia-me com um sorriso e o seu terno sotaque alentejano que nunca perdeu, mesmo vivendo há décadas em Lisboa. Nestas visitas, discutíamos o Benfica, provocávamos um outro meu tio de coração que é sportinguista, riamos de anedotas... Chegou a melhorar e a esperança renasceu, mas foi apenas um engano. Partiu no dia de Portugal, cedo demais. Nessa noite, quase tive vontade de fazer como o meu afilhado que, já noite, cansado, correu para a rua à procura da estrela onde o avô está agora (a avó disse-lhe que aquele corpo já não era o avô, o avô agora estava numa estrela ou no fim do arco-íris).
Também eu dou por mim agora a olhar o céu à procura dessa nova estrela da constelação dos meus entes queridos que já partiram.
Onde quer que estejas, tio Caetano, quero dizer-te que guardarei no meu coração e nas minhas memórias a pessoa que foste. Um imenso xi-coração e... até sempre!
Também eu dou por mim agora a olhar o céu à procura dessa nova estrela da constelação dos meus entes queridos que já partiram.
Onde quer que estejas, tio Caetano, quero dizer-te que guardarei no meu coração e nas minhas memórias a pessoa que foste. Um imenso xi-coração e... até sempre!
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