sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Portugal... pelas palavras de Ary dos Santos


Nos tempos que correm, este poema / canção é de uma pertinência extrema. Poema do grande José Carlos Ary dos Santos e música igualmente grande Fernando Tordo. Deixo aqui o poema e vejam se não é mesmo este o nosso país, capaz do melhor e do pior... Um país entre a ternura e a amargura...

"Desde quando nasci
Que o conheço e lhe quero
Como a um irmão meu
Como ao pai que perdi,
Como tudo o que espero.

É um homem que tem o condão da doçura
No sorriso de água, nos olhos cansados,
É metade alegria, é metade ternura
Nas palavras cantadas, nos gestos dançados,
Nos silêncios magoados.

Tem um rosto moreno
Que o inverno o marcou
E apesar de ser forte,
É um homem pequeno
Mas maior do que eu sou.

Tem defeitos, é certo. Como todos nós.
Sonha, às vezes demais,
Fala, às vezes no ar
Mas quando dentro dele a alma ganha a voz
É tal como se fosse o som do nosso mar,
Se pudesse falar...

Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Foi capaz de sofrer,
Foi capaz de lutar,
É capaz de ganhar
E perder.

É um amigo meu que às vezes me ofende
Mas que eu sei que me escuta,
Que eu sei que me ouve
E também compreende.
Quantas vezes lhe digo que tenha juízo,
Que a mania dos copos só lhe faz é mal,
Que a preguiça não paga e que o trabalho é preciso.
Ele encolhe-me os ombros num despreso total,
Este tipo é assim, mas...

Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Qual o nome final
Deste amigo que eu canto?
Pois é claro que é
Portugal."


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Há dias assim...


Foto

Hoje fui a Lisboa. Como tinha tempo, estacionei e fiz o resto do percurso até ao meu destino a pé.
Nas Avenidas novas, que frequentei bastante na infância e juventude, a dois passos de onde nasci, com 25º C e um sol esplendoroso, senti-me bem, apeteceu-me sorrir... Senti-me feliz!
De forma simples, sem razão aparente, um dia ameno na minha cidade fez-me sentir em paz comigo e com a vida! Por momentos não havia preocupações, nem tristezas, nem OE, nem défice, havia um Portugal feliz!