domingo, 9 de agosto de 2009

Façam o favor de ser felizes


Raúl Solnado partiu ontem aos 79 anos. Era o que se pode chamar - o verdadeiro artista. Do "Zip Zip" à "Cornélia", fez-nos rir e sorrir, sempre com gosto. Simplicidade, espontaneidade, humor genuíno, sem nunca cair na brejeirice, era assim Raúl Solnado, um senhor do teatro português.
As minhas memórias mais antigas dele remontam ao concurso "A Visita da Cornélia", em que falava com uma simpática vaca. Mas depois assisti a muitos outros programas com a sua participação, como "Lá em casa tudo bem", "O Resto são Cantigas" e "Faz de Conta". Sempre que havia uma entrevista dele, apressava-me a lê-la, como uma que deu não há muito tempo (não sei se já há meses ou anos) salvo erro a Bruno Nogueira, na Casa do Artista, instituição que ajudou a criar com Armando Cortês (outro grande senhor que já partiu há bastante mais tempo).
Com aquele ar de avô bem disposto, Raúl Solnado terá sabido desfrutar da vida, saboreá-la, vivê-la em pleno, como a vida merece ser vivida. Ontem chegou a sua hora de partir, mas, onde quer que esteja, estará decerto num lugar luminoso, a sorrir.
Como tantas vezes nos desejou na televisão - "Façam o favor de ser felizes!" - , devemos fazê-lo, devêmo-lo a ele, que dedicou a vida a contribuir para a felicidade dos outros, e à vida, que está aí para ser vivida!
Obrigada e até sempre, Raúl Solnado!

2 comentários:

Teresa Diniz disse...

Pois é, Maggie, partilho tudo o que diz sobre esse grande artista e, acima de tudo, essa grande pessoa que foi Raul Solnado. Como sou mais velhinha, ainda me lembro dele no Zip Zip. Suspeito que hoje todos nos sentimos um pouco orfãos.
Bjs

IsaG disse...

Um doce e terno senhor, que nunca desceu de nível, como bem dizes, não conheço nada que roce a brejeirice ordinária da parte dele. Para além daquela doçura genuína, que só transparece em seres humanos bons, era e foi um artista que deixou uma bela obra artística, para além da criação, em parceria, da Casa do Artista, obra também notável e que prova a sua preocupação solidária.
Um grande senhor, que bom que pudemos conhecê-lo, tão familiar... Gente assim, no nosso coração, sempre.